O termo Sweatshops (em português “Fabricas de suor”) é cada vez mais usado nos dias atuais.
O próprio nome dá a entender que se tratam de fábricas envolvidas com a exploração extrema dos trabalhadores, caracterizada por um salário abaixo do mínimo necessário à sobrevivência, pela ausência de qualquer forma de garantia ou proteção trabalhista, pela exploração de crianças, pelas condições de trabalho perigosas para saúde ou por ameaças, moléstias sexuais e abusos físicos e psicológicos. As jornadas de trabalho são muito maiores do que a lei determina em países desenvolvidos ou em desenvolvimento, elas são tão longas que lembram os primórdios da Revolução Industrial na Inglaterra. Muitos trabalhadores são forçados a turnos de trabalho de até 19 horas.
As denúncias internacionais contra os sweatshops crescem a cada ano e mostram uma triste realidade onde existem inúmeras possibilidades para exploração dos trabalhadores: são mulheres forçadas a tomar contraceptivos ou submetidas a testes de gravidez e que são demitidas se caso der positivo, trabalhadores expostos a substâncias tóxicas, ameaçados e demitidos em caso de protestos e impedidos de abandonar o trabalho por meio de vigias armados. Outra característica é que as sweatshops normalmente estão instaladas em países pobres, principalmente na Ásia e América latina, as empresas produzem nesses lugares, pois a regulação trabalhista lá é geralmente inexistente e os salários são menores.
Apesar de estarem instaladas majoritariamente nestes países, as sweatshops também são comuns em países do leste europeu e existem até mesmo nos Estados unidos. De acordo com a ONG CorpWacht,
Há diversas multinacionais que utilizam essa forma de trabalho para aumentar os lucros em cima da produção, são nomes conhecidos no mercado internacional: Levi's, Nike, Tommy Hilfiger, American Eagle, Calvin Klein, Gap, Wal-Mart, Polo-Ralph Lauren, Kmart e muitas outras. A própria Disney foi acusada de explorar trabalhadores de uma fabrica
Todos concordam que esse tipo de exploração é inaceitável, principalmente em pleno século XXI, o problema é que, mesmo que essas multinacionais sejam impedidas de utilizar essas práticas, isso não quer dizer que contribuirá para o bem-estar da população do país. A grande maioria dos trabalhadores, mesmo sofrendo, depende das sweatshops para sobreviver, essa é uma questão que tem gerado muitas discussões. Os liberais defendem que, mesmo com as péssimas condições de trabalho, as sweatshops ainda são as melhores opções – ou a menos pior – pois, é um dos poucos meios disponíveis para a população pobre ter uma fonte de renda. Diante desse impasse, qual seria a atitude correta a ser tomada? Continuar comprando produtos fabricados em sweatshops, dando assim uma condição miserável, porém única a esses trabalhadores, ou então boicotar os produtos e limpar nossa consciência, mesmo sabendo que talvez não exista outra opção de trabalho para aquelas pessoas?
A solução deve vir da educação e conscientização das pessoas, e quando digo “pessoas”, não me refiro apenas à sociedade civil, que dentro do possível tenta ajudar por meio de ONG’s e boicotes, mas também dos governantes, aplicando leis trabalhistas com fiscalizações rígidas, e dos grandes empresários oferecendo condições de trabalho digna a seus funcionários. No mundo capitalista em que vivemos hoje, onde os lucros vêm acima de qualquer coisa, isso certamente soará como utopia, mas não é impossível. Se as grandes empresas entenderem que os clientes desejam consumir de maneira responsável, mais cedo ou mais tarde terão que se adequar a isso, ou então ficarão sem mercado. O problema é que ninguém acredita mais na história de “um outro mundo é possível”, ou então estão muito ocupados para pensar nisso. Deixam sempre a responsabilidade para o “outro” e assim ninguém faz nada. Por isso é, praticamente, impossível uma mudança à curto prazo, mas se começarmos a tomar atitudes agora, talvez no futuro as coisas sejam diferentes.
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